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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Reprodução sexuada


           A reprodução sexuada constitui-se como o processo quase universal de reprodução dos eucariontes, podendo coexistir, no mesmo organismo, com processos de reprodução assexuada.
           A reprodução sexuada distingue-se pelo facto de cada descendente ser o resultado de uma fecundação, isto é, surgir da fusão de duas células reprodutoras - gâmetas -, que geralmente têm a sua origem em dois indivíduos diferentes.
          Na reprodução sexuada, os descendentes apresentam diferenças entre si, resultado da conjugação de material genético sempre diferente contido nos gâmetas. A reprodução sexuada é, assim, um processo gerador de variabilidade genética que se reflecte na diversidade biológica. Isto constrasta com a natureza conservativa da reprodução assexuada que conduz à uniformidade dos indivíduos das populações.

http://www.youtube.com/watch?v=d4070qPYT2U&feature=related

Fecundação e Meiose

Durante a fecundação ocorre a fusão dos citoplasmas dos gâmetas (um feminino e um masculino), seguida da união dos núcleos. Daí resulta uma única célula o ovo ou zigoto, cujo núcleo possui o dobro dos cromossomas existentes nos gâmetas. Cada par de cromossomas, um de origem paterna e o outro de origem materna, são chamados de cromossomas homólogos (cromossomas com forma e estrutura semelhante).
Após a fecundação, o ovo sofre divisões mitóticas sucessivas que conduzem à formação de um novo organismo, constituído por células com núcleos iguais à célula que lhe deu origem. Estas células designam-se por diplóides (2n cromossomas) ao contrário dos gâmetas que são células haplóides (n cromossomas).
A formação dos gâmetas permite compensar a duplicação cromossómica ocorrida na fecundação, então a produção de gâmetas implica um processo de divisão nuclear chamado meiose – processo que divide uma célula diplóide (2n) em quatro células haplóides (n). Estas células possuem metade do número de cromossomas da célula inicial, possuindo só um cromossoma de cada par de homólogos.
No processo de meiose ocorrem duas divisões a divisão I ou reducional e a divisão II ou equacional.
Antes de ocorrer a divisão I, a célula replica o seu ADN no período S da interfase, então no início da meiose, cada cromossoma é constituído por 2 cromatídeos.
A divisão I é designada por divisão reducional uma vez que ocorre a redução do número de cromossomas para a metade.
Na segunda divisão ocorre a separação dos cromatídeos, verificando-se assim a distribuição equitativa do ADN pelas 4 células resultantes.

Profase I
Metafase I
Anafase I
Telofase I
Os dois cromossomas emparelham, formando bivalentes. Ao ocorrer o emparelhamento surgem os pontos de quiasma em que pode ocorrer a ruptura de cromatídeos, podendo haver trocas de segmentos de cromatídeos – crossing-over.
Os pontos de quiasma localizam-se na parte equatorial do fuso acromático.

Os dois cromossomas homólogos de cada bivalente separam-se e cada cromossoma fica constituído por dois cromatídeos que migram para os pólos.
Os cromossomas atingem os pólos da célula. O fuso acromático desaparece e forma-se o invólucro nuclear.




Profase II
Metafase II
Anafase II
Telofase II
Os cromossomas são constituídos por 2 cromatídeos. Organiza-se o fuso acromático.

Os cromossomas (máximo encurtamento) localizam-se no plano equatorial do fuso acromático.
Os centrómeros dividem-se e os dois cromatídeos de cada cromossoma migram para os pólos das células.
Os cromossomas chegam aos pólos da célula e forma-se o invólucro nuclear.


Para compreenderes melhor este processo observa o seguinte video:

Comparação entre a mitose e a meiose:


Características
Mitose
Meiose
Células em que ocorre
Ocorre em células somáticas.
Ocorre para a produção de gâmetas ou esporos.

Número de células-filhas
Origina duas células-filhas, cujo número de cromossomas é igual ao da célula-mãe.
Origina quatro células-filhas, cujo número de cromossomas é metade do da célula-mãe.
Quantidade de ADN nas células-filhas
A quantidade de ADN das células-filhas é metade da quantidade da célula-mãe.
A quantidade de ADN das células-filhas é a quarta parte da quantidade da célula-mãe.

Emparelhamento dos cromossomas
Não há emparelhamento de cromossomas homólogos nem fenómenos de crossing-over.
Há emparelhamento de cromossomas homólogos com possibilidade de crossing-over.


Qualidade dos cromossomas


A informação genética das células-filhas é idêntica à da célula-mãe.

A informação genética das células-filhas é diferente entre si e da célula-mãe, devido à separação aleatória dos homólogos e à ocorrência de crossing-over.
Divisão do centrómeros
O centrómero divide-se na anafase.
O centrómero só se divide na anafase II.


Número de divisões


Só ocorre uma divisão.

Ocorrem duas divisões: divisão reducional e divisão equacional. Sendo a divisão II semelhante à mitose.


Alterações ao nível dos cromossomas

As mutações cromossómicas ocorrem ao nível dos cromossomas, envolvendo alteração de grandes quantidades de genoma por exemplo em cromossomas ou até grupos destes. Podemos distinguir dois grandes grupos conforme a alteração seja qualitativa ou quantitativa, assim, as alterações podem ser estruturais quando afectam a estrutura de um ou mais cromossomas e podem ser alterações numéricas quando afectam o número de cromossomas.

Mutações numéricas - anomalias em que há alteração do número de cromossomas. Este tipo de mutações podem acontecer em apenas dois locais: durante a anafase I, em que não ocorre a disjunção dos cromossomas homólogos; e durante a anafase II, em que não ocorre a rotura do centrómero. Estas alterações podem implicar problemas para os organismos resultantes do desenvolvimento destes gâmetas.

Mutações estruturais - são alterações que afectam a estrutura de um ou mais cromossomas, podendo ocorrer de várias formas.

  • Delecção - Quando se perde uma parte do material genético.

·        Duplicação - Quando se dá a repetição de um segmento originando uma leitura dupla de genes.


·        Inversão - Quando um segmento sofre um quebra e regressa invertido á sua posição original.


·        Translocação - Ocorre quando há transferência de porções de genes. A translocação pode ser simples ou recíproca. Na translocação simples há transferência de uma porção de genes para um cromossoma não homólogo. Na translocação recíproca há trocas entre dois cromossomas não homólogos.



Blog actualizado por: Ana Carolina Sustelo
                                 Ana Rita Marques

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